Nos últimos anos, o mercado imobiliário português tem vindo a crescer significativamente. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2019, o preço médio das casas no país registou um aumento de 10,3% em relação ao ano anterior. A maioria dos especialistas em imobiliário atribuiu tal tendência ao aumento da procura, tanto por parte de portugueses como de estrangeiros, bem como ao crescimento económico do país.

No entanto, a incerteza global causada pela pandemia COVID-19 tem causado um impacto considerável na economia portuguesa, e muitos estão a fazer previsões pessimistas sobre o futuro do mercado imobiliário.

Algumas das principais preocupações em torno da queda dos preços das casas em Portugal incluem a diminuição da procura causada pelo aumento do desemprego, a redução do poder de compra dos portugueses, o aumento do número de pessoas que não conseguem pagar as prestações das suas casas e o aumento das dificuldades para os estrangeiros comprarem imóveis em Portugal devido a restrições de viagem e incertezas económicas.

No entanto, enquanto estes são desafios importantes, é importante lembrar que, apesar de ter existido uma queda na procura, o mercado imobiliário português não parou completamente durante a pandemia. Além disso, é preciso notar que a economia portuguesa tem demonstrado uma grande resiliência, em particular na recuperação económica após a crise financeira de 2008.

Vários especialistas em imobiliário veem a atual conjuntura mais como uma mudança nas tendências do mercado do que uma crise imobiliária propriamente dita. Tais mudanças incluem uma nova preferência dos compradores por casas mais espaçosas, áreas rurais, e novas opções de trabalho remoto, e menos foco em localização e em prédios clássicos. Tal mudança pode resultar numa estabilização dos preços ao invés de uma queda.

Em resumo, é difícil prever com precisão qual será a direção dos preços das casas em Portugal. Enquanto algumas tendências sugerem uma possível queda, outras demonstram uma maior resiliência do mercado português na comparação com outras economias. Além disso, mudanças nas preferências de compradores podem resultar numa estabilização do mercado. Portanto, é essencial olhar não apenas para os riscos, mas também para as oportunidades envolvidas nas negociações imobiliárias.